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O mundo feudal

 

Mudanças no mundo feudal

A Europa começa a mudar a partir do séc. XI, as áreas de cultivo crescem e as novas técnicas de agricultura contribuíram para aumentar a produção de alimentos.As principais inovações técnicas ocorridas na Europa foram:

¢ Uso do arado de ferro, que substituiu o arado de madeira.Introdução do sistema de cultura de três campos (rotação de culturas – trienal).Utilização do cavalo para puxar o arado e mudanças no modo de arriar estes animais. Difusão e aperfeiçoamento dos moinhos acionados por vento ou água, para moagem do trigo.O sistema de rotação de cultura: Na primeira plantavam cereais, na segunda parte da terra plantavam leguminosas e a terceira parte da terra descansava. Aumentando a produção, cresce a população, isso ajuda o comércio e as cidades.

Revigoramento do comércio e cidades,Com o aumento da oferta de alimentos, já não havia necessidade de tanta gente trabalhando na agricultura. Então,os camponeses deixaram o campo e foram trabalhar nas cidades.Eles começaram a trocar o que produziam com os artigos feitos na cidade, o que estimulou o comércio e o artesanato local. A essa atividade dá-se o nome de escambo.

Comércio á DistânciaA partir do séc. XI, o comércio á longa distância também cresceu na Europa, cidades como Gênova e Veneza compravam artigos de luxo e especiarias da Índia. Depois os revendiam com grande lucro na Europa.

As feiras medievais duravam de 15 a 60 dias e aconteciam uma ou duas vezes por ano e reunia mercadores de várias partes do mundo.As Cidades na Idade Média,elas eram geralmente pequenas, com poucos moradores. A partir do século XI, com o aumento do artesanato e do comércio, as cidades cresceram e outras surgiram. Algumas nasceram próximas as feiras, outras ás margens dos rios, e outras ainda em torno dos castelos de um nobre. Os comerciantes, banqueiros e artesãos viviam em uma região afastada do centro da cidade: o burgo, eles eram chamados de burgueses e pertenciam a um novo grupo social chamado de burguesia.

Artesãos, comerciantes e suas corporações

Nas cidades medievais, a pessoa só podia trabalhar se pertencesse a uma corporação (associação de profissionais do mesmo ramo de atividade). Os artesãos formavam a corporação de ofício: (sapateiro, tecelões, ferreiros, etc). Os comerciantes também tinham suas corporações e eram chamadas de ligas. A mais rica delas era a Liga Hanseática. Seu objetivo era liderar o comércio em determinada área e evitar a concorrência entre membros.A Força da Igreja nessa época, a fé das pessoas era grande, mas a força da igreja era maior. O posto mais alto era ocupado pelo bispo de Roma, mais tarde passou a se chamar papa. Depois os párocos ou padres. A igreja era a maior proprietária de terras do Ocidente europeu. Muitos membros da igreja esqueciam-se da humildade e do amor ao próximo para levar uma vida de luxo e de preguiça. A vida monástica se difundiu no ocidente a partir de 529, ano em que foi fundada na Itália a Ordem dos Beneditinos. Outras ordens religiosas criadas na Idade Média, como a dos Franciscanos, das Carmelitas, dos Dominicanos, das Clarissas e a dos Agostinianos.As Cruzadas dos cristãos europeus peregrinavam a centros religiosos como Jerusalém para pagar promessas, fazer pedidos ou como forma de penitência. Em 1095, o papa Urbano II convocou os cristãos para uma guerra contra os infiéis, a fim de reconquistar a Terra Santa. As cruzadas reuniram milhares de pessoas, homens, mulheres, crianças, mendigos, nobres, camponeses, ricos, civis e religiosos.Elas tinham como função conquistar novos fiéis e territórios para o ocidente, foi também chamada de Guerra Santa. Conhecimento e Arte do revigoramento do comércio e das cidades favoreceu a mudança na área do conhecimento, onde houve a necessidade de saber ler, escrever e calcular. Isso favoreceu também o avanço da ciência e a criação da universidade que foi uma criação medieval que pode ser definida como uma associação de professores ou alunos com a intenção de buscar o conhecimento.A primeira universidade da Europa foi fundada em Bolonha (XII – fundada por alunos) na Itália e se destacou na área do Direito. A universidade de Paris nasceu da associação de professores e se destacava na área da Medicina.Teve outras universidades também como: Oxford e Cambridge (Inglaterra), Montpellier ( França), Salamanca (Espanha) e Coimbra (Portugal).A universidade era formada geralmente por quatro faculdades: artes, medicina, direito e teologia.Fome, doenças e revoltasNas primeiras décadas de 1400, iniciou-se na Europa uma crise marcada pela fome, pelas doenças e revoltas sociais. A oferta de alimentos tornou-se insuficiente para atender a população, ocorreram fortes chuvas, más colheitas. Entre 1315 e 1317, uma crise de fome matou milhares de europeus. As condições de higiene na Europa eram péssimas: o lixo das casas era jogado nas ruas e não havia coleta desse lixo, encanamento ou esgoto. Fome e falta de higiene colaboraram para uma terrível epidemia, a grande peste: “Peste Negra”, em todo território europeu. A peste era provocada por uma bactéria transmitida por pulgas que picavam ratos e depois seres humanos. Calcula-se que 1/3 da população européia morreu nessa época. Houve casos em que a população abandonou sua cidade só por ouvir dizer que a peste vinha chegando.Rebeliões CamponesasCom as mortes provocadas pela fome, peste e a Guerra dos Cem Anos, começou a faltar mão de obra na lavoura, o que levou a diminuição agrícola, o que levou ao prejuízo para a nobreza. Para compensar suas perdas, os nobres aumentaram o controle sobre os camponeses e os tributos pagos por eles. A reação dos camponeses foi queimar colheitas, fugir e promover revoltas.

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Igreja na era feuda

A Igreja Católica teve papel preponderante na formação do feudalismo; além de grande proprietária de terras, estruturou a visão de mundo do homem medieval. Na realidade, foi a instituição que sobreviveu às inúmeras mudanças ocorridas na Europa no século V e, ao promover a evangelização dos bárbaros, concretizou a simbiose entre o mundo romano e o bárbaro.

Tal fato a tornou herdeira da cultura clássica, pois no universo medieval a Igreja Católica monopolizava o conhecimento. Sem dúvida alguma sua estrutura fortemente hierarquizada colaborou para que ultrapassasse todas as crises, concentrando o saber e o poder. Internamente havia uma divisão entre o alto clero, membros da nobreza que exerciam cargos de direção, e o baixo clero, composto por pessoas originárias dos seguimentos mais pobres da população. O comando de toda essa estrutura lentamente concentrou-se nas mãos do bispo de Roma, que se tornou papa no século V.

Para cumprir a missão de evangelização dos reinos bárbaros entre os séculos V e VII, parte do clero passou a conviver com os fieis, constituindo o clero secular, isto é, aquele que vive no mundo. Entretanto, com o tempo, parte dos religiosos se vinculou aos aspectos temporais e materiais do mundo medieval, ou seja, aos hábitos, interesses, relações, valores e costumes dos homens comuns, afastando-se das origens doutrinárias e religiosas.

Paralelamente ao clero secular surgiu o clero regular, formado por monges que serviam a Deus vivendo afastados do mundo material, recolhidos em mosteiros. São Bento organizou a primeira ordem monástica no ocidente, a ordem dos beneditinos, baseado na regra orar e trabalhar, que significa viver, na prática, em estado de obediência, pobreza e castidade. Na verdade, os mosteiros acabaram se tornando o centro da vida cultural e intelectual da Idade Média e também cumpriram funções econômicas e políticas importantes.

Entre os séculos XI e XIII a Igreja viveu diversas crises e mudanças. Contra a concentração de poderes materiais da Igreja surgiram, por exemplo, vários movimentos que questionavam alguns dogmas cristãos e por isso eram considerados heréticos. Os cátaros, valdenses, patarinos, entre outros, condenavam a riqueza da Igreja e não se submetiam à autoridade do papa. Os hereges foram combatidos com extrema violência pela Igreja Católica, principalmente após a organização do Tribunal do Santo Ofício, no século XII, o julgamento chamava-se Inquisição do Santo Oficio. Dessa crise surgiu uma reforma na Igreja Católica, promovida pelo papa Gregório IX, no século XI. Entre os pontos fundamentais estava a questão de que os senhores feudais não poderiam mais nomear os bispos de sua região, o fim do comércio de bens religiosos, a imposição do celibato clerical e os movimentos das cruzadas.

Na própria Igreja também existiam movimentos contrários ao seu envolvimento nas questões materiais e ao uso da violência contra os hereges. Eram os franciscanos e dominicanos, que pregavam voto de pobreza e por isso eram conhecidos como ordens mendicantes, que se misturavam ao povo, procurando demonstrar a vida pobre e sacrificada do cristão. No entanto, eles foram incapazes de realizar a moralização definitiva da Igreja. Pode-se considerar que toda movimentação contra as interferências da Igreja Católica no mundo material, iniciada na Idade Média, acabaram originando a grande divisão dos católicos no século XVI, com a Reforma Protestante

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